Moldes

Às vezes tenho medo de falar algo que possa parecer muito pessoal pelo simples fato de todos sermos diferentes e possuirmos gostos diferentes. Já me preocupei muito mais em agradar a todos e esquecer um pouco daquilo que eu realmente sou. Contudo, eu passei a me perguntar: "Por que será que eu faço isso ? É tão importante assim para mim parecer legal, divertido, inteligente, bonito e simpático ?" Cheguei à óbvia conclusão de que isso não me serviria para nada, a não ser para servir de brinquedo para aqueles que não sabem com o que estão brincando e nem tem interesse de descobrir. Tudo que é feito, porém, tem uma finalidade. Se não a entendemos nem descobrimos, tiramos a utilidade de tal coisa. Aí é que vem a parte legal, a parte em que eu encontrei a mim mesmo dentro de todos os outros.
Eu já não posso mais me fazer como os outros querem que eu seja. Eu já não posso mais me moldar de acordo com as mãos de quem me toca. Eu já não posso me pintar para agradar os olhos de quem vê. Não posso dar meu lugar àquele que me ordena a sair. Foi em um dia desses tentando me entender que eu descobri o que eu era e como me projetar para a vida como um todo. Dentro de cada indivíduo há aquelas coisas que o agradam. Mas, dentro desses mesmos indivíduos, temos espelhos que nos mostram nossas verdadeiras faces, mas só veremos se tirarmos nossas antigas máscaras de carnaval e prestarmos bastante atenção naquilo que é o real. Tirar as fantasias, queimar as máscaras, estourar os balões de festa, desligar os rádios, explodir as TV's, rasgar os jornais e as revistas e ver que somente sem a presença de tudo isso é que vemos como a cidade é e como é cada indivíduo que vive conosco. Cansei de viver em uma piscina de bolinhas onde só sabemos quem está na nossa frente quando já está tarde demais. Quero viver de verdade, quero vivenciar a verdade e tornar verdadeiro o que tem vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário