Que dia!

E eu que achava não ter sorte...
Bom, para começar, seriam sorteados 16 alunos da minha turma do colégio para ir à UFRJ assistir palestras sobre as faculdades oferecidas pela instituição. Não fui sorteado. Surgiram mais duas vagas, depois. Não fui sorteado. Por último, três vagas cedidas pela outra turma. E, de novo, não fui sorteado. Com certeza não era o meu dia...
Essa visita à Universidade seria na sexta-feira, dia esse em que eu já estava conformado em não poder ver a minha namorada até as 6 da tarde. Porém, na quinta-feira, à tarde, surge uma possibilidade, pequena, de eu ir à UFRJ. Às 22:00 estava eu saindo para ir ao futebol de toda quinta, até que recebo a confirmação da vaga. Porém, essa vaga ia me custar 5 horas a menos de sono, uma vez que eu chegaria em casa somente às 01:00 e teria que acordar às 05:00. Porém, além da vontade de ir conhecer os cursos, ainda havia a chance de fazer o dia da minha namorada valer a pena, já que ela havia sido sorteada antes e estava triste por eu não ter sido sorteado. Isso, com certeza, foi o que mais me motivou.
A aventura começa agora.
Num frio descomunal, estava eu na rua, sozinho, indo para a escola encontrar o pessoal que ia por conta própria (pois é, ainda tinha isso, parte ia no ônibus da escola, sentado, e parte ia em ônibus normal, cheirando axilas fedidas e suadas quase a viagem toda, é, é nojento). Até aí tudo bem. Subi no ônibus 777, eu e mais 16 pessoas, e ficamos em pé a viagem toda até que chegamos na principal rua da cidade. Ok. Ficamos quase uma hora esperando um ônibus que parasse para 17 estudantes. Foi difícil, mas apareceu. Detalhe, era um 393, às 7:30 da manhã, MEGAlotado. E dava para subir mais 17 pessoas? Aparentemente não. Mas, entramos, ou quase isso.
Nesse dia eu consegui a prova de que existem pessoas sem noção no mundo em que eu vivo.
Como o ônibus estava cheio, não foi fácil fazer caber 17 pessoas nele, logo, a gente demorou a entrar no ônibus. Mas, o que me deixou muito puto foi ver que, ainda com umas 5 pessoas na fila para entrar, o motorista começou a andar com o ônibus. Cara, alguém poderia cair e se ferrar feio com isso! E não foi só uma vez. Porém, o que não foi surpresa para mim é que a pessoa que mais se ferrou fui eu.
Eu segurei na porta, aberta, e ele começou a andar. Até aí tudo bem, um pé para fora, outro dentro, fácil de aguentar. A merda foi quando ele resolveu fechar a porta com metade de mim para fora do ônibus. E não foi uma vez só. Apanhei para a porta do ônibus, tem noção?! Ok, três pontos depois todo mundo, do colégio, desceu. O motorista deve ter ficado tão puto...
Enfim, a parte legal começa agora (legal de verdade).
Imagine um microônibus cheio onde só cabem mais 5 pessoas para ficarem todas espremidas. Fizemos caber mais 17. Mas, percebi a diferença entre motoristas. O cara foi super paciente, demoramos uns 3 minutos para subir e ele ficou conversando com a gente enquanto isso. Cara, foi muito legal. O ônibus, lotado, começou a andar. Poucos minutos depois, um caminhão resolve fechar o ônibus. O retrovisor direito ficou destroçado. Não sobrou nada para contar história. O motorista ficou puto e chamou o caminhoneiro para brigar. Para a sorte de todos, o caminhão continuou e foi para um caminho fora da rota do ônibus. Pouco depois, um astra deu uma bela porrada na lateral do ônibus. Dessa vez, o retrovisor quebrado foi do carro.
Como se não bastassem essas coisas, eu vi um caminhão MUITO torto, cara. Parecia que ele estava deslizando na pista, foi legal, é uma pena não saber descrever isso.
Enfim, conversei quase tudo com o motorista desde guadalupe até o fundão, onde fica a UFRJ. E, dentro da Universidade, meu dia foi ainda mais legal. Com palestras, visita ao prédio de arquitetura, almoço com fanta, deitar na grama, voltar no ônibus da escola. Tudo isso sem assinar a autorização dada pelo colégio para os que fossem ao "passeio". Deu para curtir, né? Para quem já estava conformado em não ir...

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