Algumas coisas, e nem são poucas, me deixam triste, mas algumas me fazem sentir algo que não é exatamente tristeza. É uma vontade de esquecer o resto do mundo e melhorar a situação do momento.
O que me fez querer falar sobre isso foi uma cena que eu presenciei em Copacabana, durante o Réveillon.
Eu, minha namorada e um amigo nosso vivemos um caos até chegar lá, em Copa. Ao chegarmos lá, vimos a praia e as ruas lotadas. Tudo numa confusão para ver quem fica mais perto do palco principal. Passamos do palco e fomos procurar uma amiga nossa. Encontramos, fomos para a areia e então era só esperar dar 00:00 hs pra começar a gritar e comemorar. Deu meia-noite, tudo muito lindo. Foram 16 minutos de céu brilhante e então estávamos definitivamente em 2011. Todos, então, decidiram voltar para casa.
No caminho para a casa de uma das pessoas do grupo (que morava quase de frente pra praia), passamos por várias pessoas. Muitas delas estavam MUITO bêbadas. Outras, mais velhas, estavam por ali, nas ruas, catando coisas para vender. Porém, tudo tem um limite. É chegada a cena.
Entre todas essas pessoas citadas, vi uma criança, de no máximo 7 anos, mal-vestida, descalça, suja, catando latas e ajudando um velho (não idoso, só velho) a colocar as latas dentro de um saco plástico. Nesse instante, Copacabana parecia ter sumido para mim. Minha namorada falava comigo, me puxava, mas meus olhos estavam congelados naquela criança. Fiquei pensando: "Eu aqui, feliz, com uma roupa nova, quase especial para o Ano Novo e esta criança ali, vivendo só mais um dia de uma vida sem esperanças e sem planos". A vida pode não ser justa com todos, mas pelo menos as crianças merecem um mínimo de cuidado.
É triste ver uma cidade - e um país - que é um dos pontos turísticos do mundo com problemas como esse. Será pedir demais que cuidem das crianças? Será pedir demais que não só os parentes e amigos ajudem, mas também que haja planos do governo para que estas crianças não sejam jogadas nas ruas? Seria tão difícil?
Nenhum comentário:
Postar um comentário